10/07 - 19h - ABERTURA
11/07 - 09h
A jornalista Clarice: reportagens, crônicas e páginas femininas
Profa. Dra. Tânia Sandroni (USP)
11/07 - 19h
A representação da mulher velha em contos de Clarice Lispector
Profa. Dra. Maria do Rosário Alves Pereira
12/07 - 09h
"Uma Aprendizagem e o mito odisseico"
Profa. Dra. Adelia Bezerra de Meneses (Professora de Teoria Literária e Literatura Comparada) (USP/UNICAMP)
12/07 - 19h
"Fatos são palavras ditas pelo mundo":
Contendas da escrita e ressignificação do real em A hora da estrela de Clarice Lispector
Profa. Dra. Renata Pontes
Neste ensaio eu exploro o potencial político do ato de escrever sobre o escrever que Clarice Lispector mobiliza em A hora da estrela (1977). Acompanhando de perto a trajetória da protagonista Macabéa, eu especulo sobre a aproximação desse texto ao conceito de "imanência absoluta", que identifica o não existe em algo e não é imanência a algo, o que não depende de um objeto e não pertence a um sujeito. Ao colocar em prática uma democracia literária e submergir a literatura em um jogo de ambiguidades e contradições que constituem o prazer do texto, Lispector nega a estética de denúncia e a épica do marginalizado próprias do romance social brasileiro e forja outra noção do real, através de uma história e uma narração dissonantes. Invisível, impessoal, e, finalmente, orgânica, Macabéa alcança o sentido de falta que a narração pretende emular e se converte em agente singular da literatura e instrumento coletivo de enunciação.
13/07 - 09h
Sobre o tempo em Clarice
Profa. Dra. Luana Ferreira de Freitas
Parto da hipótese da literarização de Clarice Lispector por meio da tradução de Complete Stories, primeira iniciativa editorial de reunir todos os contos da autora. A premiada tradução de Katrina Dodson, resenhada em vários suplementos literários, deu visibilidade à obra de Lispector no espaço literário anglófono. Assim, parto do pressuposto que foi a partir de 2015, ano do lançamento da primeira edição de Complete Stories, que Lispector passa pelo processo de literarização, ou seja, pelo processo de existência literária via tradução (Casanova, 2002). A legitimação e canonização da autora foi mediada pelo crivo estadunidense, onde teve todos os romances e contos traduzidos.
13/07 - 19h
A menina Clarice Lispector e a cidade que se modernizava
Prof. Dr. Henrique Inojosa Cavalcanti
A menina Clarice Lispector e a cidade que se modernizava / Resumo: Quando Clarice Lispector chegou ao Recife, em 1925, a cidade se movimentava no sentido de se modernizar, na tentativa de acompanhar centros urbanos mais avançados. A família Lispector se inseriu na cidade neste contexto, instalando-se na praça Maciel Pinheiro, no bairro da Boa Vista. Ali, Clarice cresceu, estudou, aprendeu a ler e escrever e desde então, passou a exercitar sua criatividade produzindo seus primeiros contos, fabulando e até compondo músicas e peças de teatro. O que viveu, os lugares e pessoas que marcaram sua infância, as experiências e sensações, deixaria gravadas em muitas de suas crônicas, contos, romances. As vivências no Recife acompanharam a escritora até o fim de sua vida. Esta palestra tratará de analisar um pouco este período em que Clarice viveu no Recife, até sua partida para morar no Rio de Janeiro, o que aconteceu no ano de 1935.
14/07 - 09h
Muito além do espelho: a mise en abyme como estratagema na literatura de Clarice Lispector
Profa. Dra. Mariângela Alonso
Esta palestra propõe pensar três momentos do trabalho de construção da escrita em Clarice Lispector, a partir do procedimento narrativo da mise en abyme. As narrativas claricianas expandem-se para além dos espaços ficcionais, caracterizando-se pela recusa à narrativa fechada ao buscar formas líquidas e inconclusas, que perpetuamente se desmancham para novamente se construir, num movimento circular e escorpiônico, restando à autora tecer e destecer o texto num contínuo entrelaçamento. Assim, a massa textual assinala a intersecção en abyme de encadeamentos significativos diversos, isto é, um jogo narrativo especular no qual cada obra que se encerra tende a fechar um ciclo que será retomado pela obra seguinte e assim sucessivamente, como as eternas bonecas russas ou as emblemáticas caixas chinesas. Nesse sentido, a presente palestra propõe a discussão do processo de escrita moderna de Clarice Lispector, utilizando como corpus as narrativas de A paixão segundo G.H. (1964), Água viva (1973) e Um sopro de vida (1978). Para tanto, buscamos empreender um caminho possível de análise aos textos mencionados, guiando-nos pelos estudos de Lucien Dällenbach (1977, 1979, 2001), Jean Ricardou (1978), entre outros.
14/07 - 09h
Despersonalização feminina em Clarice: as vozes narrativas de "Amor" e A paixão segundo G.H
Profa. Dra. Cynthia Beatrice Costa
As mulheres clariceanas podem ser narradas por si mesmas, caso de G.H. relatando em detalhes seu martírio no quarto da empregada, ou por outra instância - um(a) narrador(a) profundamente focalizado(a) nos pensamentos e sentimentos da protagonista, mas que, ainda assim, não tem como substituir a voz dela, que fica silenciada; esse é o caso de Ana, no conto "Amor". Levanto a hipótese de que tanto a voz em primeira pessoa de G.H. quanto a voz que narra Ana confrontam limites que conduzem suas personagens a um processo de despersonalização, ainda que por vias diferentes: uma busca ferramentas para ganhar controle sobre a própria narrativa; a outra está prisioneira em uma narrativa que não é dela. Contrasto os dois tipos de voz clariceana, exemplificando com as obras citadas e com apoio nas proposições narratológicas de Wayne C. Booth, Gérard Genette e James Phelan e na abordagem cognitiva da literatura de Lisa Zunshine.
14/07 - 19h
Clarice Lispector, Hilda Hilst e Lygia Fagundes Telles: convergências, atravessamentos e dissonâncias
Profa. Dra. Yls Rabelo Câmara
15/07 - 19h
Clarice Lispector no terceiro milênio: feminismo e pós humanismo
Profa. Dra. Valeria Rosito Ferreira
15/07 - 19h
Clarice Lispector: centenária e inédita
Prof. Dr. Thiago Cavalcante